Quem é o patriota que PF tentou desbloquear senha 10 milhões de vezes





Preso pelos atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, o “patriota” Renato Marchesini Figueiredo ainda não teve seu celular desbloqueado após 10 milhões de tentativas feitas pela Polícia Federal (PF). Ele ganhou liberdade provisória 10 dias depois, após audiência de custódia, mediante a imposição de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar as redes sociais.


Morador de Franca, em São Paulo, Marchesini trabalhava em uma empresa de consórcios automotivos e imobiliários. Em 2021, passou a se engajar mais ativamente no movimento em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e, durante a campanha presidencial de 2022, começou a produzir e divulgar material contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e contra Lula, então candidato do PT.


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Patriota começou a intensificar ataques a instituições em 2021
Renato Marchesini mora em Franca (SP)
Bolsonaro em ato a favor da anistia dos presos pelo 8 de Janeiro
Renato Marchesini,
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Patriota trabalhava em uma empresa que vendia consórcios em Franca

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Patriota começou a intensificar ataques a instituições em 2021

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"Patriota" Renato Marchesini foi preso nos atos de 8 de Janeiro

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Renato Marchesini mora em Franca (SP)

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Bolsonaro em ato a favor da anistia dos presos pelo 8 de Janeiro

DANILO M. YOSHIOKA/ESPECIAL METRÓPOLES @danilomartinsyoshioka
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Renato Marchesini, "patriota" que não tenha a senha do celular quebrada pela PF

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A última postagem do “patriota” em suas redes sociais foi feita em 12 de dezembro de 2022. Antes disso, Marchesini publicou fotos e vídeos disseminados entre os militantes bolsonaristas, com ataques aos ministros Alexandre de Moraes e Roberto Barroso, do STF e do TSE, além de questionamentos sobre a segurança das urnas eletrônicas. Ele também manifestava apoio a bolsonaristas como Roberto Jefferson, Paulo Guedes e Regina Duarte.


Depois das eleições, com a vitória de Lula sobre Bolsonaro, Marchesini passou a publicar vídeos próprios e de outros militantes de direita, em manifestações a favor de uma intervenção militar e nos acampamentos em frente aos quartéis do Exército. Em um desses vídeos, o “patriota” informa a data e mostra a mobilização dos manifestantes: “Franca, 3 de novembro de 2022. A resistência continua. SOS Forças Armadas”, diz.



Atualmente, Marchesini tem em seu nome uma empresa registrada em 2021 como Reteh, na categoria de Microempreendedor Individual (MEI), no ramo de “atividades auxiliares dos transportes terrestres não especificadas”. O “patriota” foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, golpe de Estado e dano qualificado contra o patrimônio da União.


Na próxima terça-feira (15/4), Marchesini tem audiência de instrução e julgamento marcada pelo STF, por videoconferência. Quatro testemunhas de acusação serão ouvidas, entre elas o comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Carlos Eduardo Melo de Souza, e três outros PMs que participaram da operação realizada em 8 de janeiro.


Tentativas de desbloqueio


Em laudo pericial, a PF relatou que o celular apreendido com Renato Marchesini foi submetido a um processo de quebra de senha com o software Cellebrite Premium, usado pela corporação para acessar dados de dispositivos protegidos por padrões de bloqueio. A ferramenta gerou um “dicionário” com base nas informações biográficas de Marchesini. Essas palavras e números foram combinados para gerar possíveis senhas com letras e números, sem sucesso.


Por conta disso, o policial responsável pela investigação respondeu negativamente a cinco das seis solicitações feitas pelo STF. Só conseguiu identificar o modelo do dispositivo, um Samsung Galaxy A30, com a tela rachada, e afirmou que “foram testadas cerca de 10 milhões de senhas, mas não foi possível desbloquear o aparelho”. Ao final, o celular foi devolvido junto com o laudo para o setor da PF responsável por executar as determinações da Suprema Corte.






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