Por: Poliane Ketlen
Na manhã desta quinta-feira, 4 de julho, o mercado financeiro reagiu positivamente ao anúncio de corte de gastos do Governo Federal, feito na véspera pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O dólar comercial teve uma forte queda de mais de 1%, atingindo R$ 5,49 logo após a abertura das negociações e chegou a R$ 5,47 por volta das 10h18.
Anúncio de Corte de Gastos
A reação do mercado ocorreu após a autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para cortar R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias no Orçamento de 2025. Essa medida representa uma mudança na abordagem econômica do governo, que vinha sendo criticado pela hesitação em adotar uma postura firme em relação à redução de gastos e pelas críticas ao Banco Central.
Em uma declaração que sinaliza uma nova direção, Lula afirmou que “responsabilidade fiscal não é palavra, é compromisso fiscal desse governo desde 2003”. Essa postura mais conciliatória foi bem recebida pelo mercado, gerando um impacto positivo na cotação do dólar.
Impacto no Mercado Cambial
A mudança nas declarações presidenciais interrompeu uma sequência de altas no dólar. Na quarta-feira, a moeda americana já havia fechado em queda de 1,71%, cotada a R$ 5,56, após ter atingido R$ 5,70 na mesma semana. A nova postura do governo gerou confiança nos investidores, levando a uma valorização do real frente ao dólar.
Além disso, o cenário externo contribuiu para essa movimentação, com o dólar apresentando queda frente a outras moedas em um pregão de baixo volume de negócios, influenciado pelo feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos. Esse contexto internacional favorável, aliado às medidas anunciadas pelo governo brasileiro, sugere uma possível estabilização do mercado cambial no país.
Contexto Internacional e Expectativas
O movimento de queda do dólar também foi amplificado por um contexto internacional que mostrou uma diminuição na força da moeda americana frente a outras divisas globais. O baixo volume de negócios devido ao feriado nos EUA contribuiu para essa tendência, gerando uma janela de oportunidade para a valorização de moedas como o real.
Especialistas apontam que, embora a medida de corte de gastos seja um passo positivo para a estabilização econômica, a continuidade dessa tendência dependerá de ações consistentes e de um compromisso duradouro com a responsabilidade fiscal por parte do governo brasileiro.