Por: Edvaldo Campos
Um caso delicado chocou Campinas (SP) nesta terça-feira (5), quando uma psicóloga de 31 anos deu entrada em um hospital particular com um recém-nascido falecido dentro de uma mala. A situação, que envolve questões médicas e legais, está sendo acompanhada de perto pela Polícia Militar, e a mulher será detida após receber alta hospitalar.
A psicóloga, atualmente na UTI, receberá alta ainda nesta quarta-feira (6). O caso foi registrado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) como aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento, além de ocultação de cadáver.
O delegado responsável pelo caso revelou que o namorado da psicóloga tinha conhecimento da gravidez. O advogado Ralph Tórtima Filho, encarregado da defesa da mulher, afirmou que a gestação foi "planejada e desejada", acompanhada por cuidados médicos, mas resultou no óbito do bebê.
"Qualquer atitude sua, sob provável psicose puerperal, merece compreensão e acolhimento. Trata-se de situação que causa em seus estados mais agudos inclusive a ruptura com a realidade. Estamos certos de que o judiciário será sensível a isso, revogando essa injustificável prisão", declarou o advogado em comunicado.
A mulher relatou à polícia que ocultou a gravidez dos pais, alegando ter tido um aborto espontâneo, mas a Polícia Civil afirma que o parto aconteceu na residência da mulher, entre quinta-feira (30) e sexta-feira (1). O bebê do sexo masculino, com 3,7 kg e 50 cm, foi colocado em uma mala e escondido em uma estante após o ocorrido.
O caso levanta discussões sobre saúde mental, gestão de gravidez e a necessidade de suporte apropriado em situações complexas. A defesa destaca a psicose puerperal como um possível fator, enquanto a investigação prossegue para esclarecer os detalhes e garantir que todas as partes envolvidas recebam o cuidado necessário.